top of page

O Pinguim e os Balões Flutuantes

No meio da vastidão branca da Antártida, morava um pinguim-imperador chamado Pirulito. Ele era o pinguim mais criativo, e mais cabeça-de-vento, que já existiu. Enquanto seus amigos se divertiam escorregando na neve, Pirulito olhava para cima, suspirando.

— Ah, voar... — ele murmurava, observando um albatroz planando no céu azul. — Que inveja daquelas penas leves!

Certo dia, Pirulito teve uma ideia genial, ou pelo menos, ele achou que era. Ele tinha encontrado, misteriosamente jogados no mar, um monte de balões de festa coloridos, cheios de gás hélio.

— Se eu não posso voar sozinho, os balões vão me carregar! É pura física! — explicou Pirulito, gesticulando com suas pequenas asas, mostrando seu lado engenhoso de improviso.

Ele reuniu todos os balões: um amarelo, dois azuis, um verde-limão e um vermelho gigante. Com a ajuda de seu melhor amigo, o pinguim Pingo, ele amarrou as cordinhas firmemente em torno de sua cintura e debaixo de suas asas.

— Pronto, Pingo! Operação "Pinguim Alado" em andamento!

Pirulito pulou no topo de um pequeno monte de neve e deu o sinal. Pingo soltou a corda que prendia o conjunto de balões ao chão.

Para a surpresa de todos os pinguins que assistiam, Pirulito começou a subir!

— Estou voando! Estou voando! — gritou Pirulito, com uma alegria imensa.

Os balões o levavam suavemente para cima. Pirulito parecia uma bolha gigante de sorvete de pistache e morango, flutuando no céu. Ele balançava as nadadeiras, sentindo o vento gelado no rosto.

Mas aí veio o inesperado.

De repente, uma rajada de vento um pouco mais forte, vinda do mar, agarrou os balões e mudou a rota de Pirulito. Em vez de ir para o céu aberto, ele foi impulsionado diretamente para o vilarejo pinguim.

E, mais especificamente, para a Barraca de Peixes Fritos da Vovó Gelatina!

A Vovó Gelatina era a pinguim mais ranzinza da colônia e era famosa por sua paciência zero com "cabeças-de-vento".

Zoom! Pirulito, levado pelos balões, aterrissou — Plofft! — bem no balcão da barraca, no meio de uma bandeja de peixes recém-fritos, prontos para serem servidos.

Os balões se enroscaram no toldo. Pirulito ficou pendurado, de cabeça para baixo, com cheiro de óleo e batendo as nadadeiras freneticamente. Os peixes escorregavam dele para o chão, e Vovó Gelatina olhava para a cena com os olhos arregalados.

— PIRULITO! — gritou a Vovó, com uma voz que fez o gelo tremer. — Minhas anchovas! Você estragou o almoço de toda a colônia!

Os amigos de Pirulito riram tanto que caíram na neve. Pirulito, pendurado e envergonhado, ainda tentou salvar a situação.

— Desculpa, Vovó! O vento! Mas veja pelo lado bom: eu flutuei! Por alguns segundos, eu flutuei!

Vovó Gelatina cruzou os braços e olhou para ele, balançando a cabeça.

— Você pode até ter flutuado, meu jovem. Mas você pousou onde não devia. Agora, desça daí, desamarre essas bexigas e me ajude a limpar esta bagunça cheia de balões e peixe frito!

Pirulito suspirou. Sua primeira tentativa de voo havia terminado em um desastre pegajoso, mas ele sorriu. Ele tinha voado, mesmo que por um instante. E ele já estava pensando na próxima aventura.

Comentários

Avaliado com 0 de 5 estrelas.
Ainda sem avaliações

Adicione uma avaliação

Powered and secured by Wix

bottom of page